RESUMO: Tomando como ponto de partida a notícia da viagem de Édouard Claparède ao Brasil, em 1930, quando foi recepcionado por autoridades, ex-alunos e professores no porto do Rio de Janeiro, mapeamos inicialmente seus discípulos e nos detivemos no educador mineiro Francisco Lins, que ficaria esquecido na historiografia da educação. Radicado em Juiz de Fora, integrou a primeira turma do Institut Jean-Jacques Rousseau, em 1912, que à época tinha em seus quadros os professores Adolphe Ferrière, Pierre Bovet, Paul Godin, François Naville e Jules Bois. Estabeleceu contato com o educador suíço em sua primeira viagem à Europa, comissionado pela Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, com o intuito de organizar e dirigir a representação desse estado na Exposição Internacional de Turim, em 1911. Nessa ocasião, recebeu ainda, do Secretário do Interior de Minas Gerais, a incumbência de estudar os institutos de ensino primários e profissionais da Itália, Bélgica, Suíça, França e Alemanha. Retornou ainda a Genebra, pouco antes da vinda de Édouard Claparède a nosso país. Ao regressar de sua primeira viagem de estudos, escreveu sobre educação em jornais, assumiu a reitoria do Ginásio Mineiro de Barbacena, lecionou na Escola Normal Oficial de Juiz de Fora e, em 1927, trabalhou na organização do I Congresso de Instrução Primária em Minas Gerais, quando apresentou teses. A análise da trajetória de Francisco Lins tem como horizonte ampliar a interpretação sobre o intercâmbio de ideias pedagógicas entre a Suíça e o Brasil, intercâmbio este que inspirou importantes iniciativas na educação mineira.
ABSTRACT: Taking as a starting point the news of Édouard Claparède's trip to Brazil in 1930, when he was welcomed by authorities, former students and teachers in the port of Rio de Janeiro, we initially mapped his disciples and focused on the educator Francisco Lins, from Minas Gerais, who would be forgotten in the historiography of education. Living in Juiz de Fora, he was part of the first class of the Institut Jean-Jacques Rousseau (Jean-Jacques Rousseau Institute), in 1912, which, at the time, had as members the professors Adolphe Ferrière, Pierre Bovet, Paul Godin, François Naville, and Jules Bois. He established contact with the Swiss educator in his first trip to Europe, commissioned by the Secretary of Agriculture of Minas Gerais, in order to organize and direct the representation of this state in the International Exhibition of Turin, in 1911. On this occasion, he also received from the Secretary of the Interior of Minas Gerais, the task of studying the primary and professional education institutes in Italy, Belgium, Switzerland, France and Germany. He also returned to Geneva, shortly before Édouard Claparède came to our country. On his return from his first study trip, he wrote about education in newspapers, took over the rectorship of the Mineiro Gymnasium in Barbacena, taught at the Official Normal School in Juiz de Fora and, in 1927, worked on organizing the I Congress of Primary Instruction in Minas Gerais, when he presented theses. The analysis of the trajectory of Francisco Lins aims to broaden the interpretation of the exchange of pedagogical ideas between Switzerland and Brazil, an exchange which inspired important initiatives in education in Minas Gerais.
RESUMEN: A partir de la noticia del viaje de Édouard Claparède a Brasil, en 1930, cuando fue recibido por autoridades, exalumnos y profesores en el puerto de Rio de Janeiro, mapeamos al principio sus discípulos y nos detenemos en el educador de Minas Gerais Francisco Lins, que sería olvidado en la historiografía de la educación. Radicado en Juiz de Fora, integró la primera clase del Institut Jean-Jacques Rousseau, en 1912, que en la época tenía en su plantel los profesores Adolphe Ferrière, Pierre Bovet, Paul Godin, François Naville, Jules Bois, entre otros. Estableció contacto con el educador suizo en su primer viaje a Europa, encargado por la Secretaría de Agricultura de Minas Gerais con el propósito de organizar y dirigir la representación de ese estado en la Exposición Internacional de Turín, en 1911, cuando ha recibido, aun, del Secretario del Interior de Minas Gerais la incumbencia de estudiar los institutos de enseñanza de Italia, Bélgica, Suiza, Francia y Alemania. Regresó aun a Ginebra, poco antes del viaje del suizo a nuestro país. Al regresar de su primer viaje de estudios, escribió sobre educación en periódicos, asumió el decanato del Ginásio Mineiro de Barbacena, enseñó en la Escola Normal de Juiz de Fora y, en 1927, trabajó en la organización del I Congreso de Instrucción Primaria en Minas Gerais, cuando presentó algunas tesis. El análisis de la trayectoria de Francisco Lins tiene como horizonte ampliar la interpretación sobre el intercambio de ideas pedagógicas entre Suiza y Brasil que incentivó importantes iniciativas en la educación de Minas Gerais.